A unidade do corpo de Cristo não é opcional — é mandamento divino, fruto do Espírito e testemunho vivo da graça que transforma
Nós, como corpo de Cristo, somos chamados a viver uma unidade que transcende culturas, temperamentos e origens — porque fomos unidos por algo maior: a obra redentora de Jesus e o selo do Espírito Santo.
Essa união não é mera convivência social, mas um mistério espiritual revelado nas Escrituras, onde somos descritos como “um só corpo, um só Espírito, uma só esperança” (Efésios 4:4). Não se trata de uniformidade, mas de harmonia — como as cordas de um instrumento afinadas para tocar a mesma melodia celestial.
A Trindade é o nosso modelo perfeito: Pai, Filho e Espírito vivem em perfeita comunhão, sem confusão de pessoas, nem divisão de propósito. Assim também nós — distintos em dons, mas idênticos em missão; diversos em funções, mas unidos em amor.
Cada membro do corpo tem seu lugar, e nenhum é descartável (1 Coríntios 12:12-27). Quando valorizamos o outro, quando carregamos as fraquezas alheias com paciência e ternura, estamos vivendo a unidade que Cristo orou: “para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti” (João 17:21).
Essa unidade, porém, não acontece por acaso. É cultivada diariamente no solo da humildade. Paulo nos exorta: “suportai-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Efésios 4:2-3). Não é passividade — é luta santa.
É escolher o perdão quando feridos, é calar a língua crítica, é buscar reconciliação antes do pôr do sol. É ter “um só amor, um só espírito, uma só mente” (Filipenses 2:2), não por coerção, mas por convicção do evangelho.
Por que isso importa? Porque a unidade glorifica a Deus. Quando o mundo vê irmãos que se amam apesar das diferenças, vê o sobrenatural — vê Jesus.
A unidade é nossa armadura contra o inimigo, que sabe que “a corda de três dobras não se quebra facilmente” (Eclesiastes 4:12). E é nosso megafone espiritual: uma igreja dividida confunde; uma igreja unida converte.
Que o Senhor nos conceda graça para andar dignos do chamado — não como espectadores da unidade, mas como artesãos dela, tecendo cada dia, com mãos santas e coração humilde, o tecido sagrado do corpo de Cristo.
Por jornalista e pastor Márcio Batista
Fotos: (andreaooi/pixabay) Reprodução / Divulgação
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